quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Leticia Junqueira uma Tradição e um celebre trabalho de Amor

 
 
A cura vem a cavalo
 
 
 A equoterapia, exercício realizado em cima de cavalos, é um método terapêutico e educacional que visa o desenvolvimento físico, psicológico, cognitivo, comportamental e social de pessoas com necessidades especiais. “O tratamento se baseia no relacionamento entre o cavalo e o praticante”, explica a fisioterapeuta Letícia Junqueira.
 
O cavalo tem por sua natureza três tipos de andamentos naturais: o passo, o trote e o galope, na equoterapia o animal sempre realiza o tratamento ao passo. Porém, Letícia observou ao longo de seus mais de 15 anos de trabalho com  equoterapia, que o cavalo Mangalarga Marchador, ao proporcionar comodidade, ser extremamente dócil e de fácil aptidão para cavalgadas, enduros e provas funcionais, pode ser usado de forma especial na pratica da equoterapia, fazendo uso de sua marcha .
 
A marcha é uma movimentação típica, onde o equino não perde o contato com o solo proporcionando maior comodidade à cavalo e cavaleiro ( amazona).
 
Quando o praticante possui um movimento involuntário, ou esta passando da fase de reabilitação para a pré- esportiva, usamos o cavalo marchador, porque sua marcha vai trazer maior segurança para o praticante, porém com maior velocidade, então ele vai treinar sua habilidade em mudar o ritmo do cavalo, sem perder o equilíbrio, proporcionando que ele supere uma barreira enorme, aumente sua auto-estima e sua motivação.
 
É possível observar também, que quando o praticante experimenta a marcha no cavalo Mangalarga Marchador ele sempre esboça um sorriso de felicidade e liberdade.
  
Letícia ressalta ainda, que embora a marcha ofereça tais benefícios, a equoterapia deve ser realizada  sempre ao  passo. A marcha deve ser usada apenas como um artifício para o praticante mudar de fase com prazer e segurança. O cavalo ao passo produz movimentos 95% semelhantes ao andar humano, o que é chamado de movimento  tridimensional, que  produzem ao mesmo tempo deslocamentos da direita e para esquerda, de cima e para baixo e de frente e para trás e vice –versa.
 
Durante o deslocamento do animal, a pessoa que realiza o exercício recebe de 1800 a 2200 estímulos cerebrais e ajustes tônicos – movimento automático de adaptação do praticante ao movimento do cavalo - que percorrem a coluna através da medula espinhal, ativando ao sistema nervoso central (SNC). “No SNC, os neurônios se unem, gerando novas células nervosas, que servem como “ponte” na realização de uma determinada atividade motora dificultada por uma lesão cerebral”, esclarece a fisioterapeuta.
 
A equoterapia é indicada para pessoas com necessidades especiais, causadas por paralisia cerebral, acidente vascular encefálico, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, síndrome de down, dificuldade de aprendizagem ou linguagem, disfunção na integração social, traumatismo crânio encefálico, problemas psicológicos como depressões e síndrome do pânico, entre outras necessidades.
 
O tratamento está dividido em três fases:

Hippoterapia: o praticante não consegue montar sozinho no dorso do animal, necessitando de um terapeuta montado ou ao seu lado, para ajudar nas atividades direcionadas ao seu tipo de tratamento.

Educação/Reeducação: nesta fase, o praticante já consegue efetuar exercícios sozinho e até conduz o animal, necessitando às vezes do condutor na lateral.
 
Pré-esportivo: neste momento, o praticante já consegue realizar alguns exercícios de equitação sozinho.
 
Resultados
A equoterapia pode ser usada como tratamento ou uma terapia complementar, sendo complementada por  outros profissionais, como: fisioterapêuta,  fonoaudiólogo e o psicoterapêuta . No entanto, vale ressaltar que na atividade com cavalos, os resultados em geral aparecem rapidamente, mesmo que a evolução de cada praticante seja sempre individual, devido suas próprias facilidades e dificuldades e por conta de aspectos motivacionais.
 
                        
A origem
Embora tenha sido identificada como método terapêutico na década de 60, a equoterapia tem antecedentes mais distantes. Hipócrates, 377 a.C., no livro "Das Dietas", já reconhecia a equitação como uma atividade de regeneração à saúde. Entretanto, apenas séculos depois é que pesquisadores na França admitiram os benefícios da equitação e incluíram o assunto nos meios acadêmicos.
 
 
Serviço:
Espaço Letícia Junqueira
Jockey Club de São Paulo.
Av. Lineu de Paula Machado, 1263 - Jd. Evereste
Horário:  Segunda-feira das 10:30 às 16:00 horas e  de terça-feira a  sexta-feira das 10:30 às 17:30 horas.
 
O Jockey Club de São Paulo disponibiliza 25% das vagas da equoterapia para  pessoas de baixa renda.
 
 
 


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